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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Flying Houses



O Frances Laurent Chéhère sempre se destacou em seu trabalho com as suas prestigiadas campanhas publicitárias de marcas famosas, porém, hoje não venho escrever aqui sobre elas e sim sobre outro trabalho, que considero mais interessante de Laurent, trata-se da exposição surrealista Flying Houses, fotografias de uma série de “casas voadoras” no subúrbio de Paris, com o notado uso de edição de imagens. “O que me atrai é olhar essas casas da periferia, mais pobres, mostrar a vida das pessoas e imaginar reportagens, histórias e depois criar o meu trabalho” afirmou Laurent em entrevista à revista Fotografe Melhor, o mesmo afirma também que a periferia parisiense, especialmente os bairros de Belleville e Ménilmontant, possui uma tonalidade fria, acinzentadas e com uma profunda ausência de amarelo, bem como um céu constantemente nublado, produzindo imagens em um clima mais sombrio. Além destas características, que contribui para a formação do contexto imagético que o fotografo deseja passar através das suas fotos, esses bairros o influência artisticamente, uma vez que grande parte dos seus ídolos, sejam eles fotógrafos, pintores ou cineastas utilizaram essa região de Paris como fonte de inspiração, e que esses bairros ainda concentram a mesma “energia” de décadas atrás.

Apesar da exposição Flyng Houses, ter como o princípio mais notável a manipulação de imagens, a responsável por criar o efeito surreal, não é preciso ter muita experiência com programas de edições para obter tais resultados. Segundo o próprio Laurent o mais importante em seu trabalho é outro aspecto: “Saio muito para caminhar, procuro esse tipo de arquitetura, onde o pessoal de baixa renda mora. Na maioria são estrangeiros, imigrantes, que tem uma vida muito fechada em casa” e fala também da importância do céu como o fundo dos seus trabalhos: “Trabalho essencialmente com o tipo de céu, pois quero uma unidade nas imagens. Depois coloco elementos que possam contar uma história”. Um detalhe curioso é que muitos elementos em seu trabalho vieram de outros países: “Um incêndio que fotografei na África... Mas usei em uma das fotos por conta nos de sua realidade”, conta ele se referindo a uma imagem de uma casa pegando fogo. A exposição ficou exposta em São Paulo, nos últimos três meses onde o público pode conferir de perto algumas das suas obras.  




fonte: Revista Fotografe Melhor, Julho de 2013.

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