O Frances Laurent
Chéhère sempre se destacou em seu trabalho com as suas prestigiadas campanhas
publicitárias de marcas famosas, porém, hoje não venho escrever aqui sobre elas
e sim sobre outro trabalho, que considero mais interessante de Laurent,
trata-se da exposição surrealista Flying Houses, fotografias de uma série de
“casas voadoras” no subúrbio de Paris, com o notado uso de edição de imagens.
“O que me atrai é olhar essas casas da periferia, mais pobres, mostrar a vida
das pessoas e imaginar reportagens, histórias e depois criar o meu trabalho”
afirmou Laurent em entrevista à revista Fotografe Melhor, o mesmo afirma também
que a periferia parisiense, especialmente os bairros de Belleville e
Ménilmontant, possui uma tonalidade fria, acinzentadas e com uma profunda
ausência de amarelo, bem como um céu constantemente nublado, produzindo imagens
em um clima mais sombrio. Além destas características, que contribui para a
formação do contexto imagético que o fotografo deseja passar através das suas
fotos, esses bairros o influência artisticamente, uma vez que grande parte dos
seus ídolos, sejam eles fotógrafos, pintores ou cineastas utilizaram essa
região de Paris como fonte de inspiração, e que esses bairros ainda concentram
a mesma “energia” de décadas atrás.
Apesar da
exposição Flyng Houses, ter como o princípio mais notável a manipulação de
imagens, a responsável por criar o efeito surreal, não é preciso ter muita
experiência com programas de edições para obter tais resultados. Segundo o
próprio Laurent o mais importante em seu trabalho é outro aspecto: “Saio muito
para caminhar, procuro esse tipo de arquitetura, onde o pessoal de baixa renda
mora. Na maioria são estrangeiros, imigrantes, que tem uma vida muito fechada
em casa” e fala também da importância do céu como o fundo dos seus trabalhos:
“Trabalho essencialmente com o tipo de céu, pois quero uma unidade nas imagens.
Depois coloco elementos que possam contar uma história”. Um detalhe curioso é
que muitos elementos em seu trabalho vieram de outros países: “Um incêndio que
fotografei na África... Mas usei em uma das fotos por conta nos de sua
realidade”, conta ele se referindo a uma imagem de uma casa pegando fogo. A
exposição ficou exposta em São Paulo, nos últimos três meses onde o público
pode conferir de perto algumas das suas obras.
fonte: Revista Fotografe Melhor, Julho de 2013.
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